terça-feira, 12 de maio de 2009

Krig-Ha-Bandolo: cuidado, aí vem Raul Seixas


Ontem, assistindo ao programa de Leda Nagler, deparei-me, para a minha agradável surpresa, num dia em "que horas dizem nada" uma antropóloga chamada Rosana da Câmara Teixeira, discutindo sobre Raul Seixas e a idolatria em torno disso, que já virou um mito e tem nome e tudo: raulmania ou raulseixismo. Muito interessante a fala dele, mais interessante ainda dever ser esse livro. Em épocas de efemerídes, muita coisa saíra...

Em resumo o livro é isso:
Partindo da questão da idolatria, e tomando como base a figura-ícone de Raul Seixas e os diversos fã-clubes que o roqueiro deixou espalhados pelo Brasil, Rosana da Câmara Teixeira descreve um universo de raulseixistas e raulmaníacos de todos os tipos – ajudando a desvendar os mecanismos envolvidos nessa forma de adesão e sociabilidade características da sociedade contemporânea, e ao mesmo tempo lançando uma nova luz sobre a vida e a obra do artista.

quero ler demais...


Liberdade, liberdade

Remexendo os orkuts alheios, achei no de um grande amigo esse poema de Lau Siqueira, que coincidentemente, é prata da casa, como dizem por aí...


dentro de mim
morreram muitos tigres

os que ficaram
no entanto
são livres
(Lau Siqueira)

Falta muito pouco para libertar mais um tigre que habita, na clausura da minha cabeça, quando sair, aí sim, ninguém me segurará...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

"Toooooooooca Raul" ( parte I): Documentário de Walter Carvalho tá chegando na área!


Este ano, está completando 20 anos da morte do mais interessante e inteligente roquiro brasileiro ( tudo que veio depois dele é last summer, e ele fazia melhor) Raul Santos Seixas, ou simplesmente, Raulzito. Os 20 anos sem Raul, serão bem lembrados, pois sairá para os apaixonados por ele como eu, somente: Um documentário em longa-metragem dirigido por Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel; um pacote com um CD de gravações raras e duas inéditas e um DVD documental; e uma biografia que chegam ao mercado ainda este ano. Uiiiiiiiiiiiiiiiiii. Já não era sem tempo, um diretor tomar as rédeas de uma direção acerca desse tão polêmico artista brasileiro, nas ondas das cinebiografias, seria um filme e tanto, pois dados biógraficos da vida dele são, no minimo curiosos: um menino que aos 10 anos desenhava quadrinhos para vender ao seu irmão mais novo ( Plínio); um cara que foi casado com 5 mulheres diferentes e que tem 4 belíssimas filhas, além de ser um artista não muito afeito aos meios de comunicação ( Sílvio Santos que o diga, quem não lembra da magistral frase: "Não é que eu vi o Silvio Santos, sorrindo aquele riso franco e puro para um filme de terror..."?). Ainda bem que Walter Carvalho-- maravilhoso--sacou e vai fazer um filme. Ainda bem que sei que vai sair coisa boa. A maior produção, sem dúvida, é o documentário em longa-metragem "Raul Seixas - O início, o fim, o meio",com locações em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Estados Unidos e França, o filme será lançado no fim do segundo semestre.

Bem, agora é só esperar essas surpresinhas para fãs alucinados como eu: ficarei feito menino pequeno na porta da doceria, só esperando, prá me deliciar!!!!!!

P.S.: estarei sempre escrevendo sobre o nosso querido maluco beleza, durante esse ano...

No próximo texto, falarei sobre um de seus discos. Qual? surpresa, brevemente saberão!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Se chovesse você

Se você fosse lua
Dormiria contigo na praia
Entraria contigo no mar
Choraria teu minguante
Seguiria teu crescente
Habitaria teu luar

Se você fosse sol
Eu seria girassol
Tua luz seria meu farol
Amaria teu calor
O teu fogo abrasador
Queimaria por amor

Se você fosse vento
Queria você todo momento
Pra enrolar meu cabelo
Levantar a minha blusa
Arrancar-me suspiro
Ser o ar que eu respiro

Se você fosse chuva
Eu me deixava molhar de prazer
Dançava na rua pra ter
Minha roupa bem molhada
Minha alma encharcada
Se chovesse você

( Eliana Printes, cantora e compositira amazonense)

The rest silence, ou como diria a sábia filósofa: eu fico apenash calada!

"O tempo passa como um rato pela sala"


Essa é uma das frases que nos pega de açoite no filme Juventude de Domingos de Oliveira, exibido no 4º Cineport que está acontecendo em João Pessoa até o dia 10 de maio.
O filme conta a vida de três amigos que estão na terceira idade, mas que se conheceram na escola, quando foram selecionados para a encenação de A ceia dos Cardeais, texto teatral português. Até aí tudo bem, nada demais, não é mesmo? O problema é quando esses três se reencontram e passam a rememorar suas vidas, desde que se conheceram. Aí é onde mora o perigo... essas memórias, parecem, em príncipio engraçadas, e é mesmo, todavia, essas são memórias de homens que já estão com mais de 60 anos, e, que de muitas formas, não realizaram a contento todas as coisas que queriam ao longo da vida, inclusive, submeteram-se a coisas que não queriam, mas as circustâncias, os levaram a tomarem caminhos que não eram os pretendidos... Talvez, a minha surpresa enquanto espectadora do filme foi exatemente olhar nos olhos da tragédia, por antecipação: aqueles três são exatamente o que a maioria de nós seremos um dia: velhos, com memórias um tanto quanto conturbadas e problemas reais, leia-se o caso de um deles que tem uma filha viciada em heroína...
O filme é todo feito em um clima, poderíamos arriscar dizer, documental, por dois motivos que se sobressaem na diegese, quais sejam: o filme todo feito em digital, por ser de baixo orçamento, mas que faz toda a diferença na narrativa, pois nos leva o tempo todo a pensar que é um grande making off de algo que virá e a própria câmera que aparece na sala quando eles conversam e gravam o que dizem. Enfim, aqueles que tiverem oportunidade vejam ao filme: uma comédia sobre amizade e perplexidade!
Aviso aos navegantes: esse filme só demonstra que fazer cinema- uma concepção que acredito demais, ainda é ideia ( salve Glauber Rocha!!!) - o tempo todo nos é jogado na cara que o filme é BO ( baixo orçamento), composição de um modo geral, com algumas irregularidades, e algo de improvisação, todavia emociona demais o ser humano, afinal, também não é para isso que pagamos ingressos caríssimos? Se arte tem função, esse filme a exerce muito bem! EMOCIONA.