quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Perdido na Cidade Grande

Assim , deveria se chamar "Perdidos na noite"(Midnight Cowboy, EUA, 1969)Direção: John Schlesinger.Um filme de alguma forma datado, mas que me emocionou deveras. Como, Adeilma, sua imbecil, você não havia assistido, ainda a esse filme?
Pois bem, sem devaneios, vamos ao que interessa: as minhas idiossincrasias em torno deste filme, que de alguma forma mexeu com a minha cabeça.Quando digo que o filme apresenta aspectos datados, refiro-me, sobretudo àquela festa em que os personagens vividos por John Voigth e Dustin Hoffman( sempre maravilhoso, marca a qual lhe tranformou num dos maiores astros daquele período--quem não lembra de sua memorável atuação em The graduate?) acabam se metendo e, que não precisa ser muito inteligente para saber que aquele tipo de evento sempre acaba em merda (ops!), pois a virada do personagem-caubói se dá naquele fatídico momento, em que ele percebe que não é o mais fodão das mulheres novaiorquinas e, começa a refletir em torno da sua profissão, ou melhor, nova profissão, desde a chegada em "New York city".
Um filme que retrata, de forma muito discreta,mas não menos melancólica, a saída do seio da terra natal em busca de dias melhores na cidade grande, que no caso do nosso caubói: Texas-NYC. Sendo que, como a chegada sempre revela dias díficeis; é exatamente isso que acontece, Joe Buck começa a se deparar com a dura vida dos grandes centros: indiferença, estranhamento, pobreza, marginalidade e; o pior, a trajetória descentedente das "quimeras-mil".O único ser que vai compreeender Joe é, o não menos marginalizado, doente e que vive de pequenos golpes: Ratzo Rizo( Hoffman ). É este ser que conhece bem as mazelas da cidade grande que vai dividir sua pobreza, mas também, um coração cheio de sonhos com Joe. O filme também trás, de forma muito sutil, uma tensão homoafetiva, que dentre as outras interpertações que pensei, é resultado de muita carência, dor e bem- querer.
Do ponto de vista cinematográfico, é altamente interessante, beirando, inclusive o cinema autoral, muito em voga na década de 1960, pois é deste período que surgem jovens cineastas como Scorsese , Copolla e Nichols, gerando o período que se imortalizou como "New Hollywood". Há, nesta película, recursos muito inteligentes de câmera, que de alguma maneira me lembrou o nosso enigimático, Walter Carvalho, numas passagens em que a câmera mostra-nos tudo em tão primeiríssimo plano, que não sabemos ao certo o que aquilo que dizer...
Não poderia deixar de mencionar o desfecho, que nos pega de calças curtas, ou no meu caso, sem calcinha, literalmente! Não vou estragar a surpresa; aos queridos amigos-leitores, só digo uma coisa, assistam!
Só para fechar, lembrei muito de um poeta- compositor de Caruaru; Petrúcio Amorim: "cidade grande, moça bela, tu tens o cheiro da ilusão, quem passou na tua janela, já conheceu a solidão..."

2 comentários:

Márcia Leite. disse...

Adeilma, já visse a Mostra Internacional de Cinema, que passa na Tv Cultura? Toda terça tem um filme, cada um melhor que o outro, tu ia adorar, se é que tu já não viu rsrsrs!

Continua indicando filmes, mulher! Adoro tuas dicas!

Bjoon!

Adeilma disse...

Marcinha, vc é um doce, obrigada pela indicação!!!!!!!!